Lobisomem Kali Morrigan

Lobisomem Descrição

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✴ As Garras da Destruição ✴

" Some journeys take us far from home. Some adventures lead us to our destiny" - C.S Lewis

- Nimue ! Pode ir colher as flores do campo por favor?

E assim começava o dia, assim como qualquer outro. Meu treinamento estava completo e agora eu era o braço direito da alta sacerdotiza. Confiada para escolher e tratar pessoalmente de todos os aspectos dos rituais que ela realizava pelas vilas da região e em nosso próprio meio.

Sorri de canto enquanto pegava minha cesta e caminhava animadamente para a porta

- Deixe-me adivinhar...caprichar na lavanda e no alecrim?

Fridda me fitou com carinho e sabedoria enquanto preparava a tintura que lhe adornaria o corpo naquela noite.

- Muito bem. Logo poderá me substituir nos rituais. Agora vá! Tempo é essencial.

Sai pela porta sem saber que nunca mais voltaria para lá. Nunca mais veria Fridda ou ouviria seus cantos místicos. Se soubesse talvez tivesse dito algo mais significativo...talvez tentasse mudar nossa sina. Mas o destino tinha algo diferente em mente.

https://youtu.be/vvdX3Q_tch8 (música de fundo/ Nimue cantando)

Naquele dia eu acabei me demorando pelos campos, aproveitando o sol e a paz daquele lugar. Voltava cantarolando quando os gritos lascinantes pararam meu coração e trancaram minha garganta. Num impulso larguei minha cesta para trás e corri até meu vilarejo. Estava em chamas enquanto pessoas corriam desorientadas pelo pânico em todas as direções.

Eu olhava em volta confusa, procurando a raiz daquele caos. Algumas mulheres passavam gritando enquanto alguns homens corajosos pegavam em armas e corriam para o centro da vila.

- LOBO!! LOBO!! FUJAM!

- MENINA CUIDADO!!

Não o vi, muito menos entendi o que acontecia até estar no chão. O frio e o topor me tomando. Senti uma dor lascinante no ombro, e constatei ao olhar o local que havia sido arranhada vazar uma quantidade assustadora de sangue. Tentei me mover mas a dor apenas piorou. Se sobrevivesse a isso com certeza perderia o braço. A confusão pareceu se afastar para longe mas ainda tomou tempo ate acabar e o silêncio pairar de forma macabra sobre a minha cabeça.

Eu fitava o céu, esperando algum sobrevivente me encontrar. Mas a cada hora passada ficava mais claro que não havia sobrado ninguém. E logo eu partiria também.

Segurei o desespero no fundo da garganta e ignorei a dor , o frio e o topor que lentamente ia me tomando e anuviando minha mente, para usar o resto de força que havia em mim para achar minha voz.

- A- alguém....alguém me ajude....

Não houve resposta é claro. Mas eu ainda estava viva e tinha que ao menos tentar alguma coisa. Foi quando me voltei para dentro, para minhas preces. Chamei em meus pensamentos por minha Deusa de devoção. Senhora da Morte. Dona dos Destinos dos Homens. Lhe pedi força para lutar por minha vida. Pedi para que mudasse minha sina se assim o merecesse.

Morrigan sempre acompanha seus filhos. E naquele dia, minhas preces chamaram sua atenção. E seus olhos caíram sobre mim. Prestando auxílio em minha hora mais sombria.

Meu corpo ja estava frio como gelo, mas eu resistia com o que sobrara de força em mim. Talvez tenha sido minha devoção a ela, talvez tenha sido minha bravura na hora da morte. Mas ela atendeu meu chamado. Um corvo planou sobre meu corpo inerte, meu sangue provavelmente ja estava quase todo na grama, eu podia sentir o cheiro de ferro me rodear.**

Ao pousar o corvo tomou a forma da deusa. Ela caminhou até mim e sentou-se ao meu lado e gentilmente pos minha cabeça em seu colo. A dor excruciante sumiu e senti a calma e o conforto de seu abraço. Fiz um esforço para calar mas seu dedo tocou meu labio, me silenciando.

- Shhhh...esta tudo bem agora.

Ela acariciou meus cabelos e um calor passou a percorrer meu corpo, fazendo-me suar e convulcionar. Morrigan me dava forças para sobreviver.

Comecei a me debater, sentindo a maldição fincar suas garras selvagens dentro de mim.

- Não tenha medo, criança. Toda criatura selvagem é um filho meu. Entregue-se a sua natureza. Entregue-se a mim.

A voz doce de Morrigan acalentou meu coração. E por mais que a confusão anuviasse minha mente. Meu instinto mais profundo me dizia pra me entregar. Parecia que algo dentro de mim me chamava. Era familiar. Primordial. Algo que não podia explicar. Só sentir

Assim que decidi me entregar à maldição, a dor excruciante foi substituída por uma sensação prazeirosa de vitalidade e força. Podia sentir a magia selvagem correr por minhas veias e me transformar.

- Levante-se , criança. Você hoje renasce como uma Garou.

Eu me levantei, cambaleando como um recém nascido. Me agarrei a Morrigan que gentilmente me firmou no chão, como uma âncora. Nossos olhos se fixaram um no outro. Um sentimento maternal se apossou de mim, uma ligação poderosa havia se estabelecido ali.

-Eu , Morrigan, te tomo como minha cria, te abençôo com minha divindade...

A deusa desenhava um símbolo com o dedo no meu ombro onde antes havia uma ferida aberta (agora uma cicatriz), e por onde os mesmos passavam, uma marca ficava em seu lugar. A marca de Morrigan.

-E te batizo Kali Morrigan. Minha guerreira. Guardiã do Equilíbrio.

Se você deseja criar um personagem assim neste RPG de navegador, leia este artigo sobre como Lamentosa funciona.