Lobisomem Pajé_Rick

Lobisomem Descrição

Nome do Personagem: Rick, conhecido como Pajé Rick
Idade: 26 anos
Profissão: Assistente de Coveiro
Raça: Lobisomem
Reconhecido como: Rezador (curandeiro popular)

História de Origem — A Marca da Lua

Me chamo Rick, mas por aqui todos me conhecem como Pajé Rick. Não por ser indígena, nem por ter algum cargo sagrado de verdade, mas porque sei rezar forte. Aprendi desde pequeno com minha avó a fazer benzedura, a tirar quebranto, a espantar olho gordo e sarar dor do corpo com palavras e folhas da mata. O povo me respeita, e quando alguém tá ruim, sou eu quem chamam antes de ir pro hospital.

Nasci e cresci numa comunidade isolada no interior do Pará, rodeada por floresta e mistério. Desde pequeno, ouvia histórias de visagens, encantados e lobisomens. Histórias que todo mundo ria, mas que, à noite, ninguém ousava duvidar. Porque quando o sol se apagava, a mata falava. E os uivos... eles eram reais.

Sempre achei estranho ouvir uivo de lobo por aqui. No Pará não tem lobo, nunca teve. Mas mesmo assim, nas noites de lua cheia, lá estavam os uivos — longos, fundos, assombrando a floresta.

Tudo mudou numa noite em que fui pescar num igarapé, sozinho, como já fiz tantas vezes. O silêncio estava estranho, a escuridão mais densa que o normal. Foi quando vi a criatura: grande, peluda, com dentes reluzentes e garras que pareciam facões. Me atacou sem hesitar. Lutei com o que pude e fugi, mas saí ferido — duas mordidas fundas que queimavam como brasa enfiada na carne.

Passei dias mal, febril, entre o mundo dos vivos e dos mortos. Quase morri, mas sobrevivi. Só que voltei diferente.

Minha visão ficou mais aguçada. O ouvido, mais sensível. O faro... era como o de um cachorro. E na próxima lua cheia, a verdade veio com a dor: meu corpo mudou, se partiu e se refez. Ossos estalaram, pelos brotaram, e uivei como aquele monstro que me atacou. Porque agora, eu era um deles.

Desde então, carrego essa maldição. Mas continuo sendo Pajé Rick. Continuo rezando, curando, ajudando quem precisa. Ninguém desconfia do que sou de verdade. Só os mortos sabem. E eles não contam.

Vivo dividido entre o homem e a fera, entre a reza e o instinto. Cada lua cheia é uma batalha. Mas enquanto tiver voz pra rezar e força pra lutar, eu continuo aqui. Cuidando dos vivos... e dos mortos.

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